Sozinha?
Um...
A primeira badalada do
relógio ressoa por todo o quarto.
Dois, três...
Eu olho para o relógio e
bufo. É bem difícil pensar quando se tem uma porcaria de um relógio que grita
em meus ouvidos.
Quatro, cinco...
Bato meus pés impacientemente
no chão da minha casa. Eu daria todo meu dinheiro para voltar no tempo e apagar esse momento.
Seis, sete...
Minha mãe está vindo na
minha direção. Eu já sei o que vai acontecer. Mas eu não quero ouvir as
palavras, então tampo minhas orelhas.
Oito, nove...
Ela me encara e suspira. Eu
sei que sou uma garota difícil, mas prefiro ser assim.
Dez, onze...
Eu grito, esperneio e
choro. Mas não tem jeito... Eu não vou mudar a decisão de meus pais. Eu vou partir.
Doze!
A porta do carro se fecha e
ele parte, me levando, para o fim do mundo..
Oh, Deus!
Eu vou estar sozinha! Sozinha! Naquele fim de mundo? Abandonada pelos meus
próprios pais? Numa maldita escola! Numa maldita escola que vai me aprisionar
por um ano inteiro. Sem direito de ver ninguém mais? Olho pela janela do carro
e suspiro. Bem, se essa é minha nova vida. Então, vamos lá. Vamos aceitá-la!
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